quarta-feira, 24 de junho de 2015

PSICOGRAFIAS DOS MÉDIUNS ROGÉRIO HENRIQUE LEITE, MARLI MANSINI, KATIA DE SOUZA E HENRIQUE NA AEJC, EM MOGI MIRIM-SP

PSICOGRAFIAS DOS MÉDIUNS ROGÉRIO HENRIQUE LEITE, MARLI MANSINI, KATIA DE SOUZA E HENRIQUE REALIZADAS NA ASSOCIAÇÃO ESPÍRITA JESUS E CARIDADE, EM MOGI MIRIM –SP.

Geziel Andrade



FOTO DE ENCERRAMENTO DO TRABALHO DE PSICOGRAFIAS NA AEJC, NO DIA 23/MAIO/2015: André, Cleide, Ismael, Marli Mansini, Rogério H. Leite, Sueli, Sara, Geziel, Amélia e Murilo.

A Associação Espírita Jesus e Caridade -AEJC, de Mogi Mirim-SP, teve a grata satisfação de receber, com muita alegria e espírito fraterno, a visita dos médiuns Rogério Henrique Leite, Marli Mansini (blog oficial = www.cartaconsoladora.blogspot.com.br ), Katia de Souza e Henrique, em atendimento ao convite que lhes foi feito.

Na noite do dia 22 de maio de 2015, (sexta-feira), a partir das 20 horas, o médium Rogério H. Leite fez uma instrutiva e interessante palestra, abordando as suas experiências no campo da mediunidade.

Na manhã do dia 23 de maio, os médiuns atenderam as pessoas interessadas em receber as cartas consoladoras dos Espíritos de seus familiares e entes queridos.

Na tarde desse mesmo dia, ocorreu a sessão pública de psicografias com a presença dos quatro médiuns na mesa instalada no palco da instituição.

Nessa ocasião, foram psicografadas 31 cartas consoladoras (que serviram de base para este estudo espírita), além de dezenas de recados, de diversos Espíritos aos seus familiares e entes queridos.

A sessão espírita transcorreu com as portas e janelas abertas, à luz do sol da tarde, na presença de enorme público (mais de 300 pessoas), ao som de músicas populares para o entretenimento das pessoas presentes, enquanto os médiuns realizavam o trabalho de psicografias.

O momento da leitura das cartas escritas pelos Espíritos através dos médiuns foi marcado por fortes emoções. As surpresas agradáveis se sucediam momento a momento.

Impressionava o conteúdo muito detalhado nas informações prestadas pelos Espíritos sobre a situação deles na vida espiritual, consolando pela exaltação dos atributos de Deus; pelas provas da imortalidade da alma; e pelos lenitivos para amenizar as saudades.
 
OS REMETENTES E OS DESTINATÁRIOS DAS CARTAS CONSOLADORAS PSICOGRAFADAS

Das 31 cartas psicografadas:

11 foram de Espíritos de filhos destinadas para as suas mães.

4 foram de Espíritos de filhas destinadas para as suas mães.

4 foram de Espíritos de maridos destinadas para as suas esposas.

3 foram de Espíritos de mães destinadas para os seus filhos.

1 foi de Espírito de filha destinada para o seu pai.

1 foi de Espírito de filho destinada para o seu pai.

1 foi de Espírito de pai destinada para a sua filha.

1 foi de Espírito de pai destinada para o seu filho.

1 foi de Espírito de neta destinada para o seu avô.

1 foi de Espírito de noivo destinada para a sua noiva.

1 foi de Espírito de irmã destinada para o seu irmão.

1 foi de Espírito de irmão destinada para a sua irmã.

1 foi de Espírito de namorado destinada para a sua namorada.


CAUSAS DA MORTE DO CORPO MATERIAL

Todos os Espíritos comunicantes abordaram em detalhes suas características íntimas e mencionaram nomes dos familiares, para fácil identificação pessoal, e deixaram bem claro que a alma sobreviveu à morte do corpo material, apesar dos acontecimentos graves.

Além disso, muitos mencionaram as causas que levaram à morte do envoltório físico da alma: homicídio; câncer no cérebro; câncer no pâncreas e fígado; doença congênita; queda de bicicleta; queda de laje; tombo de bancada; acidente doméstico; acidente de moto; lesões decorrentes de acidente de carro; abuso dos vícios; e suicídio.


CONTEÚDO DAS MENSAGENS PSICOGRAFADAS

Todas as cartas consoladoras tiveram um conteúdo de cunho íntimo ou estritamente particular e pessoal. Todas falaram de alma para alma, comovendo pelos dramas que se seguiram tanto na vida espiritual para os próprios Espíritos, quanto na vida terrena para os seus entes queridos que permaneceram.

De um modo geral, as principais lições que puderam ser extraídas dessas cartas psicografadas com este estudo espírita foram as seguintes:

DEUS

As comunicações dos Espíritos aos seus familiares e entes queridos, pela escrita mediúnica, com a ajuda de Espíritos benfeitores ou familiares, ocorreram com a autorização de Deus e Jesus e foram concessões para trazer aos homens as verdades sobre a sobrevivência da alma à morte do corpo material, além de consolação para amenizar as saudades das pessoas que ficaram na vida material.

Por isso, a confiança em Deus de amor e justiça deve ser plena.

A constatação da própria existência e imortalidade prova, de modo inconteste, a existência de Deus para a alma que chegou no Além. Revela-lhe o maior patrimônio que o Pai Eterno legou a todos os Seus filhos. Torna-se motivo de grande ventura para a alma que chegou na vida espiritual e vê que não deixou de existir com a morte do seu corpo material. A sua chegada na vida espiritual dá a certeza de que a morte não existe para o ser espiritual; de que ninguém deixa de ser o que é, só porque se tornou Espírito.

Além disso, há a constatação para o Espírito de que Deus não desampara nenhum de Seus filhos. Mas que, na vida espiritual, não há colheita farta, sem boa semeadura na vida terrena. A Lei e a Justiça de Deus fazem cada Espírito colher de acordo com o que plantou.


RECUPERAÇÃO DO TRANSE DA MORTE DO CORPO MATERIAL

Os Espíritos revelaram que as almas quando desencarnam são socorridas no Além em hospitais especializados e internadas em alojamentos muito organizados para a recuperação e adaptação à nova fase da vida imortal.

Que alguns Espíritos entram no mundo espiritual com reflexos graves da doença ou agressão que levou à morte do corpo material.

Então, precisam de tratamento prolongado para o restabelecimento e o fortalecimento.

A adaptação à nova vida do lado de lá não é fácil. A hospitalização e o tratamento que se seguem à morte do corpo material eliminam do Espírito gradualmente as impressões dos males que desencadearam a sua partida da vida terrena.

Alguns Espíritos disseram em suas cartas aos entes queridos que ficaram em tratamento em hospital para conseguir superar a confusão que experimentaram com as novidades existentes na nova fase da vida.

Disseram ainda que foi longo o período de recuperação; e que se tornou difícil controlar a falta e saudade dos familiares.

Um dos Espíritos comunicantes disse que contou com muito apoio após a sua chegada do outro lado da vida, mas que ainda se encontrava em recuperação dos traumas do acidente de automóvel, porque as lesões no crânio e no sistema nervoso central deixaram registros profundos no corpo espiritual e na alma.

Outro Espírito comunicante disse que foi amparado por amigos espirituais e familiares que o precederam na nova condição de vida e que levou algum tempo para sarar da enfermidade e rever conceitos, depois de ter cerrado os olhos na vida terrena e despertado na vida verdadeira.    


SUICÍDIO

Os três Espíritos suicidas comunicantes disseram que o ato infeliz apagou temporariamente a mente, mas que depois recuperaram a consciência do outro lado da vida.

A realidade difícil nessa continuidade da vida começou de verdade quando se viram vivos fora do corpo material, assistindo as dores, tristezas e infelicidades que causaram aos familiares que amavam. O sofrimento verdadeiro começou ao perceberem os enormes males que causaram aos seus pais.

O tempo pareceu que havia voltado e a mente se fixado no momento do acontecimento triste. Então, o sentimento de culpa na consciência e no coração tornou-se impossível de ser dimensionado, dificultando a recuperação.

Somente depois que houve o pedido de perdão a Deus, todo misericórdia, foi que chegou o socorro e a ajuda para o alívio dos tormentos da punição para a consciência culpada.

Mas, a modificação do sentimento de culpa começou mesmo com o trabalho de socorristas em favor dos sofredores no lado diferente da vida.

Mas, mesmo assim, precisavam ainda do perdão dos seus familiares para as suas condutas inconvenientes e para  continuarem na nova vida o aprendizado da valorização da vida.      


REENCARNAÇÃO E DÍVIDAS DE VIDAS PASSADAS

Um dos Espíritos comunicantes disse que o Espírito possui milhões de anos de existência, e que, com a reencarnação, há o esquecimento temporário do passado.

Outro Espírito disse que a vida terrena tem programações reencarnatórias.

Outro Espírito comunicante escreveu ainda que o tipo da morte do seu corpo material decorreu das dívidas contraídas em vidas anteriores e que precisavam ser saldadas. 

Um deles afirmou que havia renascido em condição física deficiente em virtude das matrizes dos erros cometidos no passado. Então, precisava agradecer aos pais pelo amor recebido que permitiu vencer as provas e regressar à vida maior livre do passado por ter cumprido as Leis de Deus.


REENCONTRO COM OS ESPÍRITOS DE FAMILIARES E ENTES QUERIDOS

Depois de terem sidos convencidos sobre a nova realidade e vencida a fase de esclarecimento, entendimento e adaptação à nova etapa da existência, os Espíritos podem desfrutar da companhia de seus avós, pais, esposas, maridos, filhos e netos que os antecederam no retorno à vida imortal.

Facilmente foram encontradas nas mensagens psicografadas as frases que servem como exemplos disso:

“Estou em companhia de minha esposa”.

“Estou me adaptando em companhia de meu avô”.

“Estou bem na vida espiritual, em companhia de amigos”.

“Perdi a consciência e passei um tempo dormindo, mas depois acordei na outra margem da vida, sendo bem recebido por (...), que me ajudou no período de aceitação”.


ESCOLAS NA VIDA ESPIRITUAL

Assim que conseguem se recuperar da grande transição, os Espíritos recém desencarnados são encaminhados para escolas, para estudar, crescer em conhecimentos e aprender a viver na vida espiritual.

O estudo das realidades existentes na nova etapa da vida imortal da alma facilita a adaptação à condição de Espírito livre do corpo material.

Mas, é preciso sempre um longo período de tempo para que o Espírito possa compreender muito bem o outro lado da vida.

Então, o entendimento e a adaptação à vida espiritual exigem do Espírito esforço, tempo, estudo e trabalho.

Às vezes, o Espírito pode demorar a aceitar o fim da sua vida material. Então, precisa ir para a escola para inclusive vencer a tristeza e a depressão que podem causar doença na alma mesmo já estando na vida espiritual.

As escolas existentes no Além também são valiosas para os Espíritos que prosseguem cultivando as virtudes, para assegurarem a continuidade da evolução.

A dedicação aos estudos e os esforços pessoais modificam e melhoram os hábitos, pensamentos e concepções de vida.


SAUDADES

A continuidade da vida da alma, após a morte do seu corpo material, se dá de uma forma melhor e ela prossegue somando vitórias.

Mas, ela não deixa de pensar nos familiares que ficaram na vida terrena. “O laço de amor é inquebrável”, disse um dos Espíritos comunicantes.

A distância e as saudades dos familiares e das pessoas queridas que ficaram na vida material atrapalham a adaptação ao novo esquema de vida. Porém, não falta o apoio dos Espíritos benfeitores, familiares e amigos.

Invariavelmente, torna-se muito grande a saudade dos familiares e entes queridos que continuaram a jornada de aprendizado na vida terrena.

O afastamento compulsório, principalmente da mãe e do pai, desperta profunda saudade na alma, porque as afeições continuam no mundo íntimo. Assim, as afeições verdadeiras prosseguem na nova fase da vida, mesmo quando marcada por novas alegrias no coração.

Bom exemplo disso está na frase de um dos Espíritos comunicantes:

“Cerrei os olhos na vida material para abri-los na vida espiritual; mas a saudade tornou-se minha companheira eterna, pelo amor que tenho pelos familiares e pela certeza de que a vida feliz em família valeu a pena.”                


PRECES DOS FAMILIARES

Alguns Espíritos comunicantes disseram que:

As preces dos familiares são gotas de luz e paz para a alma que está distante.

As preces são bálsamos para o Espírito, despertando vibrações de gratidão pelas doces lembranças.

As preces são lenitivos para os dias difíceis que se seguem após a vida terrena.

As preces dos entes queridos ao Espírito recém desencarnado ajudam a vencer os tempos difíceis de adaptação à vida diferente,  despertando gratidão pelos pensamentos que lhe são dirigidos.  


VISITA AO ANTIGO LAR

Alguns Espíritos disseram que acompanham da vida espiritual o que acontece e se passa na vida em família na Terra.

Outros registraram que já visitaram a sua antiga casa para consolar a mãe, o pai e os irmãos.

Um deles escreveu que o amor os mantém sempre juntos e que há o reencontro na hora do sono.

O Espírito de uma mãe disse que, graças ao amor, gratidão, saudade e eterno carinho, está sempre presente no antigo lar, e como um anjo da guarda, continua cuidando e protegendo a sua filha.


O TRABALHO QUE NÃO CESSA NUNCA

Alguns Espíritos disseram em suas cartas que:

Há muito trabalho na vida que prossegue em plenitude.

O trabalho põe fim aos pensamentos de tristeza, desânimo e saudade.

Não falta trabalho para o Espírito que quer contribuir no amor universal e propagar o bem.
  

CARTA DO ESPÍRITO LETÍCIA MARIA MORAES BRANDÃO PARA O SEU PAI BRAZ LOMÔNACO BRANDÃO, PSICOGRAFADA PELO MÉDIUM ROGÉRIO HENRIQUE LEITE, NA TARDE DO DIA 23 DE MAIO DE 2015, NA ASSOCIAÇÃO ESPÍRITA JESUS E CARIDADE, EM MOGI MIRIM –SP.

Com a devida autorização do senhor Braz, publicamos o inteiro teor da mensagem do Espírito de sua filha Letícia, pelas contribuições valiosas que presta aos estudiosos da Doutrina Espírita.

Essa carta consoladora fala por si mesma, dispensando quaisquer comentários adicionais aos que já foram feitos anteriormente:

          “Pai, meu pai Braz, é a sua Letícia de encontro aos seus braços, através do ditado que lhe entrego com todo meu amor, somado ao amor de minha mãe Lúcia Maria, que presente ao meu lado te agradece por ter sido o bom companheiro que Jesus lhe confiou.

Aqui estamos juntinhas pai, para entregarmos ao senhor um pouquinho de nós através do ditado que segue.

          O seu testemunho e suas lutas íntimas têm sido nosso maior incentivo para prosseguirmos de mãos dadas aqui nas tarefas de abnegação e desprendimento a favor dos que sofrem.

          Esteja certo meu pai que também te acompanhamos nas tarefas de amor que o seu coração generoso realiza no anonimato.

          Quanto ao câncer no tronco cerebral que tomou conta do meu corpo debilitado foi a hora do meu testemunho.

          Vencemos pai!

          Para quem percebe a presença de Deus mesmo nas pequenas coisas, nas pequenas alegrias valorizando a vida, o câncer é apenas uma passagem de volta à pátria verdadeira.

          Graças a Deus no leito de minha expiação pude ouvir preleções espíritas que muito me auxiliaram.

          Vou te confidenciar uma coisa, pois espero não causar polêmica entre os espíritas mais estudiosos.

          Mas se imaginam que uma médica veterinária não encontra ocupações deste outro lado estão enganados.

          Os animais possuem alma também; fazem parte da labuta de muitas colônias e muitos deles também chegam aqui sob sofríveis impressões da matéria, requisitando amor e cuidados.

          Estou me realizando nas tarefas que me dedico reconhecida ao Senhor por tudo.

          Penso que de fato minha mãe retornou para preparar-me  para o prosseguimento da vida.

          Contamos com o senhor, pai.

          Decante o Evangelho. Aplique passe a quem solicitar.

          O senhor é de Deus.
          
Nós te amamos.

          Prossiga adiante na certeza de que no tempo programado pelo Senhor, nos reencontraremos por aqui.

          Receba agora pai os beijos e abraços da mamãe e os beijos e abraços da filha sempre sua,

Letícia Maria Moraes Brandão

Letícia Maria Moraes Brandão.

Letícia Maria Moraes Brandão.”

(NOTA: Caso haja o interesse, veja mais três cartas consoladoras dos Espíritos aos seus familiares, psicografadas pelo médium Rogério H. Leite, na Associação Espírita Jesus e Caridade, em Mogi Mirim –SP, na sessão espírita pública de psicografias de 07 de junho de 2014, e publicadas neste mesmo blog em 19 de junho de 2014.)


terça-feira, 26 de maio de 2015

HOMENAGEM ESPÍRITA AO CASAL ALCIDES E MELÂNIA HORTÊNCIO

HOMENAGEM ESPÍRITA AO CASAL ALCIDES HORTÊNCIO E MELÂNIA DE AZEVEDO LEITE HORTÊNCIO

Artigo escrito por Geziel Andrade, Leontina Laurentino (Tyleia) e Lêda Therezinha Dorin.


FOTO 1 = Melânia ao piano e Alcides Hortêncio.



FOTO 2 = Alcides Hortêncio em pé à direita  no almoço do Natal dos Detentos.


FOTO 3 = Alcides Hortêncio, Emanoel Andrade, Dionísia, Nelson Mangili, pessoa não identificada, Malvezi, pessoa não identificada, pessoa não identificada, Nair Gonçalves, Sílvia A. Chiavegato Andrade, Eide Guidotti da Silva, Maria Joana e menino Ricardo, em setembro de 1983.





FOTO 4 = Zeca Andrade, Ivani Nunes Haffman, Alcides Hortêncio e Emanoel Andrade, em setembro de 1983.



FOTO 5 = Nelson Mangili, Delegado Dr. Ciro Vidal, Juca de Andrade, Alcides Hortêncio, Mário Adolfo e Otaviano Filomeno, no Natal dos Detentos da Cadeia Pública, em 21 de dezembro de 1975.



FOTO 6 = Dedicatórias com assinatura de Alcides Hortêncio.



FOTO 7 = Alcides Hortêncio à direita, ao lado de Carmela Andrade, junto com a diretoria do Centro Espírita Jesus e Caridade, no Natal de 25 de dezembro de 1946.


FOTO 8 = Alcides Hortêncio, Melânia Hortêncio, Delegado Dr. Ciro Vidal, papai Noel e Juca de Andrade, no Natal dos Detentos de 21 de dezembro de 1975. 


As realizações espíritas do casal Alcides e Melânia Hortêncio estiveram muito ligadas às atividades e expansão da Mocidade Espírita de Mogi Mirim, fundada em 15 de novembro de 1947.

Alcides Hortêncio nasceu em 01 de outubro de 1907, na cidade de Campinas-SP. Foi filho de Onório Hortêncio e Benedita Bueno Hortêncio.

Melânia de Azevedo Leite Hortêncio nasceu Casa Branca –SP, em 05 de maio de 1913. Suas habilidades musicais começaram a ser desenvolvidas pelo seu pai, o maestro João Luiz de Azevedo Leite. Por sinal, todos os seus filhos foram músicos.

A Mocidade Espírita de Mogi Mirim surgiu da necessidade que alguns idealistas espíritas da localidade sentiram de proporcionar aos moços, jovens e crianças um local para reunião, aprendizado e prática da Doutrina Espírita, nos seus três aspectos: científico, filosófico e religioso.

Entre esses idealistas atuavam José Campos Guedes, José Antonio Andrade Júnior (Juca de Andrade), Carmela Andrade, Risoleta Ladeira Andrade, José Franco de Oliveira, Joaquim Macedo, Dulfe de Andrade, Benedito Luiz Marcelo, Benedito Aparecido Tavares, Antonio Motta Júnior, José Andrade (Zeca), Maria José Ladeira Andrade, Joaquim Macedo, Oscarlino Massuci, Yolanda Massuci, Ayrton Andrade, Edson Andrade, dentre outros.

As atividades da Mocidade Espírita se iniciaram e se desenvolveram nos porões da casa do casal Yolanda e Oscarlino Massucci, que foram importantes pioneiros do Espiritismo em Mogi Mirim.

Desde então, houve um rápido crescimento do número de frequentadores e de atividades espíritas, exigindo providências no sentido de melhorar as instalações.

A expansão da programação espírita para os assíduos jovens fez com que o casal Alcides e Melânia, (que não tinha e nem teve filho), perceber a necessidade de adquirir uma sede própria para instalar a Mocidade Espírita em melhores condições de acolhida e funcionamento.

Com isso, na década de 1950, o casal comprou, registrou e doou uma casa existente ao lado de sua residência, na Rua 13 de Maio, 89.

Até hoje, esse imóvel abriga a Instituição em boas condições de funcionamento, propiciando a formação, educação, cultura e prática espírita para muitas crianças e muitos jovens, que se ligaram permanentemente à Mocidade Espírita.

Por residir no imóvel ao lado, o casal Alcides e Melânia acompanhava o tempo todo o funcionamento e as necessidades de expansão da Entidade. 

Pela facilidade de acesso ao local, dava plena dedicação ao engrandecimento da Mocidade Espírita, considerando as crianças, os jovens e moços que frequentavam a Instituição como se fossem filhos do casal.

Com a experiência, didática e métodos de ensino de professora da rede pública, Melânia desenvolveu inúmeras atividades culturais, teatro, jograis e declamações para o ensino e prática da Doutrina Espírita. 

Com isso, as crianças e os jovens tinham um aprendizado dos princípios espíritas em condições instrutivas, agradáveis e divertidas.

Por outro lado, Alcides cuidava das explanações do Evangelho. Seu trabalho de evangelização dos jovens garantia a formação do caráter deles dentro dos princípios religiosos e morais de Jesus.

Com o decorrer do tempo, a Mocidade Espírita passou também a realizar trabalhos espíritas de atendimento fraterno ao público em geral, passes, vibrações espirituais e reuniões mediúnicas. Para dar suporte a isso, foi fundado no mesmo prédio o Centro Espírita Apóstolo Paulo.

Graças aos notáveis dotes musicais, facilidade para o canto e domínio do piano, Melânia, como professora de música e compositora, organizou um maravilhoso coral para abrilhantar as reuniões, aulas de evangelização, conferências, confraternizações e concentrações espíritas. Nesse coral, Alcides tinha uma participação destacada com sua potente voz de barítono.

Com o sucesso, surgiram então inúmeros convites para o coral realizar a parte artística em palestras e eventos na localidade e nas cidades da região.

Até hoje, o coral da Mocidade Espírita cumpre a sua tarefa brilhante, encantando o público com suas lindas apresentações musicais. Isso pode ser constatado em:


Adicionalmente, na Mocidade Espírita foi formada uma biblioteca para o empréstimo de livros espíritas para o público em geral. 

Inclusive os presidiários da cadeia local foram bastante beneficiados, pois encontraram conhecimentos novos, estímulos à prática do bem, consolação e esperança. 

As orientações religiosas, morais e filosóficas do Espiritismo, contidas nos livros, despertaram consciências para a verdadeira finalidade da vida, as consequências da falta de virtudes e as formas de amenizar sofrimentos e aflições, além do fortalecimento da fé e da esperança. 

Essa biblioteca presta até hoje serviços à comunidade, com seu enorme acervo para empréstimos.

Na Mocidade Espírita foi implantado ainda pelo casal Alcides e Melânia um Curso Promocional das Gestantes, visando à confecção de enxovais para bebês. Isso qualificou muitas mulheres com o aprendizado da arte da costura.

Esse trabalho de assistência social junto às gestantes carentes era complementado com o ensino e palestras por parte de professores, profissionais, assistentes sociais e com o fornecimento dos materiais necessários à confecção das roupinhas infantis.

Paralelamente a isso, a Mocidade Espírita desenvolvia um importante trabalho fraterno, solidário e assistencial. Os corações dos dirigentes e frequentadores estavam voltados para a prática da caridade e a busca do bem-estar do próximo, abrangendo:

·       Visitas aos detentos da cadeia pública municipal. Levava-se a eles livros, mensagens, palavras de orientação religiosa, espiritual e moral, além de lanches. O objetivo era a busca da recuperação moral dos irmãos infratores. Essa visita na cadeia foi realizada até a metade dos anos de 1980, época em que a convivência com os detentos, no pátio da extinta cadeia pública de Mogi Mirim, não representava qualquer perigo ou ameaça à segurança dos visitantes.

·       Auxílio às famílias necessitadas de alimentos e recursos materiais. Buscava-se a melhoria na qualidade de vida de muitas pessoas carentes que moravam da localidade.

·       Realização de bazares beneficentes e pechinchões. Os recursos que eram levantados financiavam os diversos programas de assistência social da Entidade.

·       Promoção do natal para as famílias pobres. Às crianças eram oferecidos brinquedos e produtos infantis para a alegria delas e a comemoração do nascimento de Jesus.

·       Organização do Natal dos detentos. Para isto, a Mocidade Espírita contava com uma boa infra-estrutura e tinha o apoio de outras Entidades e Casas Espíritas da localidade. Esse programa durou por décadas, graças ao apoio de Juízes, promotores, delegados, carcereiros e funcionários públicos. Todos faziam questão de participar da festa. O almoço de Natal era servido de modo a fortalecer a dignidade e o caráter dos detentos. Na ocasião, desfrutavam da proximidade de seus familiares. Durante o almoço, os detentos ficavam juntos com seus entes queridos, em mesas independentes, curtindo a aproximação. As crianças de cada família recebiam presentes, embrulhados com carinho por membros da Mocidade Espírita. Cada contemplado, ao ouvir o seu nome ser pronunciado, arregalava os olhos de curiosidade, surpresa e alegria. Havia a quebra da cena de triste separação dentro  da própria família. Além do clima de muita descontração e alegria, havia a fartura de alimentos e o desfrute de momentos inesquecíveis de relacionamento e fraternidade.          


Preocupada em estreitar e fortalecer as relações com entidades espíritas, Melânia organizou ainda uma visita fraterna semanal aos internados no Lar Espírita Maria de Nazaré e no Abrigo para Idosos Juca de Andrade. 

Com isso, passou a levar a eles a presença amiga, bem como oferecer recursos fluídicos espirituais que amenizavam suas limitações físicas ou mentais. Esse trabalho é ainda realizado até os dias atuais por membros da Mocidade Espírita, às segundas-feiras, no período da tarde, com resultados gratificantes.

Ao longo dessa existência profícua, a Mocidade Espírita passou por diversas reformas, pinturas e obras de conservação. Ganhou no espaço ocioso existente no fundo do terreno, a construção de um amplo salão nobre, utilizado para projeções cinematográficas, reuniões e conferências espíritas. 

Em 2007, o espaço físico da Mocidade Espírita foi ainda mais ampliado com a aquisição de um terreno ao lado de sua sede própria, abrindo o caminho para uma futura ampliação.

Além de sua grande dedicação à Mocidade Espírita, com seu dinamismo, Alcides Hortêncio teve importante atuação na:

·       Fundação da USE – União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, para o fortalecimento e engrandecimento do movimento espírita. 

·       Maçonaria, com sua iniciação, em 13 de dezembro de 1957, na Loja “Deus, Justiça e Caridade, no Oriente de Itapira-SP. Em 23 de março de 1963, filiou-se à Loja Maçonica “Conselheiro Ramalho, de Mogi Mirim-SP, na qual subiu na hierarquia pela conquista de méritos e respeitabilidade.

HOMENAGEM A ALCIDES E MELÂNIA HORTÊNCIO

Nesta oportunidade, pela história de vida e legado deixado, prestamos esta justa homenagem ao casal Alcides e Melânia Hortêncio.

A Mocidade Espírita, bem como o movimento espírita de Mogi Mirim, experimentaram sensível engrandecimento com as atitudes, ações e obras de Alcides e Melânia, até a data do falecimento, respectivamente, em 09 de novembro de 1985 e 28 de maio de 1991.

A presença atuante, ininterrupta e zelosa desse casal à frente da Mocidade Espírita e do movimento espírita da localidade beneficiou a vida de muitas pessoas, deixando lembranças e realizações que até hoje marcam as práticas espíritas e filantrópicas.

Em fevereiro de 1997, a Mocidade Espírita teve o seu nome alterado para Mocidade Espírita de Mogi Mirim Alcides Hortêncio, ocorrendo ao mesmo tempo a sua unificação ao Centro Espírita Apóstolo Paulo, fundado também em 1947.

Alcides e Melânia conquistaram a admiração e o respeito dos Mogianos, pelos exemplos deixados de prática do bem e pelo espírito nobre e elevado que sempre exteriorizaram.

Suas realizações revelaram o amor que tinham pelo próximo e até hoje as suas ações no campo do trabalho e do bem geram bons frutos.

O espírito fraterno e marcante desse casal ficou muito bem expresso nas seguintes letras das músicas que adoravam:

PAZ E ALEGRIA

Letra de Alcides Hortêncio
Música do professor João Luiz de Azevedo Leite (Pai de Melânia)

I
“Paz e Alegria” é o hino que nos vem d’alma vibrante.
Lema da nossa conduta no trabalho edificante.
Jesus é a Luz do Mundo: Ergamos nossa consciência,
Para o “amai-vos uns aos outros” de que o Evangelho é a essência.

CÔRO:
Despertai, ó vós que dormis,
Na matéria perecível.
Caminhai no reino da luz,
Da ventura inesquecível.
BIS

II
Trabalhemos em harmonia para o bem da humanidade,
Aprimorando o espírito e praticando a caridade.
Resgatemos nossas faltas do passado tenebroso.
Subamos aos mundos felizes de paz, alegria e gozo.

III
Deus é a Verdade Eterna, Amor, Bondade e Luz.
Chegai ao aprisco, ovelhas conduzidas por Jesus.
Ouvi o clarim da alvorada que o sol já anuncia.
No seio da Juventude há sempre Paz e Alegria!


HINO À MOCIDADE ESPÍRITA

Letra e música de Melânia de Azevedo Leite Hortêncio

I
Idealistas se reuniram membro a membro.
E sob a luz que o Alto sempre reflete,
No festejado dia quinze de novembro,
De um mil, novecentos e quarenta e sete,
Com o sentimento da fraternidade,
Qual flor que nasce em um nobre jardim,
Surgiu a radiosa Mocidade,
Que é a Espírita de Mogi Mirim.

II
“Paz e Alegria” é o seu lema.
E para divinal beleza,
Do Evangelho tira o tema
De doutrinária pureza.
Glória, entusiástica Mocidade.
Que em sua trajetória de luz,
A Kardec conserva Lealdade,
E recebe as bênçãos de Jesus.
Que o seu dever seja cumprido até o fim.

Salve, MOCIDADE ESPÍRITA DE MOGI MIRIM.