segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

HOMENAGEM ESPÍRITA AO CASAL ZEZINHO E LINDA GONÇALVES

FOTOS COM ZEZINHO E LINDA GONÇALVES

FOTO 1 = ARISTIDES, ZEZINHO, EIDE E EMANOEL.



FOTO 2 = VERA, VÓ LETA, JOSÉ LUIZ, VÔ JUCA, PEDRO, ZEZINHO,
NÃO IDENTIFICADO E OTAVIANO FILOMENO.



FOTO 3 = PESSOAS DA ESQUERDA PARA A DIREITA E DE CIMA PARA BAIXO:
ADAGILZA, ZEZINHO, SONIA MELO, JOSÉ CARLOS ANTONIO,
SR. FURTUOSO, EDSON ANDRADE, JUCA ANDRADE, MARIO DE SOUZA,
MIRIAM ANDRADE, CIDA, TONINHA, TONINHO,
NÃO IDENTIFICADA, VÓ LETA, VÓ CARMELA,
SR. ANTONIO, JOÃO, AMÉLIA, GEZIEL E EMANOEL (cão peri.)




FOTO 4 = MANARA, ISMAEL, ZEZINHO, EMANOEL, LINDA,
VANDERLEI ANDRADE, CELI, JOSÉ LUIZ,
ZECA ANDRADE, MARIA ANDRADE, VÓ LETA, EIDE E
SANTO ROTOLI.




FOTO 5 = CELI, ZEZINHO, LINDA E ZECA ANDRADE.


HOMENAGEM ESPÍRITA AO CASAL JOSÉ GONÇALVES (ZEZINHO) E ANGELINA SILVA GONÇALVES (DONA LINDA)

Geziel Andrade

A FAMÍLIA DE ZEZINHO GONÇALVES

José Gonçalves, mais conhecido por Zezinho, graças ao apelido carinhoso que lhe foi dado por sua esposa Linda, nasceu em 08 de janeiro de 1929, tendo como pais João Gonçalves, de origem portuguesa, e Ana Apolinário Gonçalves, conhecida como Dona Nica, de família brasileira.

Os pais de Zezinho moravam em uma Chácara no Bairro do Mirante, em Mogi Mirim-SP, e se tornaram espíritas graças aos seus contatos e trabalhos na linha com diversas outras pessoas que trabalhavam na Companhia Mogiana de Estradas de Ferro.

Essa empresa ferroviária serviu de berço da Doutrina Espírita na cidade. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, circulava de mão em mão entre os trabalhadores e o pai de Zezinho, que reparava as linhas de trem para a Mogiana, tinha relacionamento com muitos outros empregados, inclusive os espíritas.

Portanto, Zezinho nasceu em uma das primeiras famílias espíritas da localidade. E, na juventude, passou a frequentar a Mocidade Espírita de Mogi Mirim. 

A FAMÍLIA DE LINDA

Angelina Silva, conhecida como Linda desde criancinha, nasceu em 24 de março de 1927, tendo com pais João Silva e Julia Pereira da Silva, os quais vieram de Portugal para morar na Fazenda Amália, pertencente à família Matarazzo, e situada perto de Ribeirão Preto-SP.

Mas, os moradores da Fazenda preferiam frequentar, pela proximidade, a cidade mais próxima de São Sebastião do Paraíso-MG, e também a estação de Itaguaba-MG.

Foi no Centro Espírita da Dona Alzira, em Itaguaba, que Linda frequentou sua primeira sessão espírita, onde conheceu o Espiritismo e passou a ir na Mocidade Espírita.

Graças aos contatos entre as Mocidades de Mogi Mirim e de Itaguaba, Zezinho e Linda tornaram-se amigos. Então, começaram a trocar correspondências e mais tarde estabeleceram namoro e noivado.

OS PADRINHOS DO CASAMENTO DE ZEZINHO E LINDA

O casamento dos noivos ocorreu em São Sebastião do Paraíso, em 20 de outubro de 1951, tendo como padrinhos o casal Furtuoso Gomes dos Santos e Maria Augusta dos Santos, que era grande amigo das famílias de Zezinho e Linda.

Furtuoso era espírita e muito ligado ao pai de Zezinho. Era mestre de linha e companheiro do conferente Juca de Andrade na Companhia Mogiana e estava sempre em contato com o senhor Tavares, um vidente de primeira, que era maquinista da Mogiana e se vestia muito bem com terno claro e chapéu na cabeça.

Furtuoso e João Silva, pai de Linda, adoravam ler e comentar “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, que conheceram através de outros companheiros espíritas da Mogiana.

Furtuoso atendia diariamente em sua casa no bairro do Mirante, às 14 horas, as pessoas que precisavam de preces, passes e orientação espiritual, com sua mediunidade de incorporação e de cura.

A VIDA DE CASADOS

Depois de casados, os noivos vieram morar em Mogi Mirim, residindo na Chácara dos pais de Zezinho.

Pelas ligações que os seus familiares, padrinhos e amigos tinham com Juca de Andrade, passaram a frequentar a Associação Espírita Jesus e Caridade.

Os pais de Linda, depois de aposentados, vieram também residir em uma casa no bairro do Mirante, em Mogi Mirim.

A VIDA PROFISSIONAL DE ZEZINHO

Com esforços e muita dedicação ao trabalho, Zezinho progrediu bastante em sua carreira profissional. 

Trabalhou no Café Coppo; com Tico e Maria Cassiani, na Rua José Bonifácio; na Cooperativa dos Funcionários Públicos, na Rua Ulhoa Cintra, onde foi Gerente; no Posto de Gasolina Custódio, em Mogi Guaçú, no cargo de Gerente; e, no Depósito Brasil, onde trabalhou por mais de 18 anos, depois ter se aposentado.

OS FILHOS DO CASAL

O casal Zezinho e Linda teve dois filhos: Claudinê Silva Gonçalves e Cleide Maria Silva Gonçalves. Esta teve o filho Natan, hoje com 24 anos de idade.

AS ATIVIDADES ESPÍRITAS

Zezinho e Linda ligaram-se aos espíritas da cidade e se tornaram grandes amigos do casal Juca e Carmela Andrade.

Linda chegou a desenvolver a sua mediunidade de psicografia nas reuniões espíritas na Associação Espírita Jesus e Caridade. 

Além disso, Zezinho integrou-se de coração aos trabalhos espíritas. 

Viajava com Juca e era seu companheiro para visitar as instituições espíritas das cidades vizinhas. 

Ajudou Juca a construir a Vila Paim, para abrigar idosos desamparados. 

Participou na construção do Lar Espírita Maria de Nazaré, para atender e abrigar crianças excepcionais. 

Tornou-se trabalhador muito atuante na distribuição de alimentos no Natal dos Pobres. 

E participou com grande disposição e bom ânimo nos eventos filantrópicos e nas festas em favor dos beneficiados nos departamentos da Associação Espírita.

Zezinho foi grande amigo de todos. Era companheiro de todas as horas de trabalho nas reuniões espíritas. 

Só reduziu o seu ritmo de atividades durante o ano de 2014, quando uma enfermidade e a debilidade física afetaram a sua facilidade de locomoção. Assim, viu-se preso aos cuidados médicos e esteve sob a atenção e a vigilância de sua esposa Linda.

FALECIMENTO

Depois de três meses, com o agravamento da dificuldade de locomoção, Zezinho teve que ser internado na Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim, onde, após três dias, veio a falecer em 02 de junho de 2014.

O pesar do falecimento de Zezinho foi muito grande para os familiares, amigos e, notadamente para os companheiros do Movimento Espírita.

HOMENAGEM ESPÍRITA

Nesta oportunidade, prestamos esta simples, mas justa e merecida homenagem a Zezinho Gonçalves e sua esposa Dona Linda.

Além de terem constituído uma família honrada e próspera em Mogi Mirim, foram pioneiros e contribuíram muito para o fortalecimento e o engrandecimento da Associação Espírita Jesus e Caridade e do Movimento Espírita na localidade.

Com bondade no coração, humildade, espírito fraterno e muito trabalho em favor dos familiares, dos semelhantes e da expansão do Movimento Espírita, Zezinho e Linda legaram bons exemplos de vida e participaram na realização de muitas boas obras.

Suas contribuições importantes e realizações dignas serão sempre lembradas e valorizadas pelos seus companheiros, servindo de modelo para  os que buscam, à semelhança deles, implantar o progresso e o bem na sociedade.

As fotos acima apresentadas retratam bem a persistente e valorosa atuação do casal Zezinho e Linda no Movimento Espírita, engrandecendo-o.

          

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

PROGRAMAÇÃO DO XXIV MÊS ESPÍRITA DE MOGI MIRIM-SP, OUTUBRO/2014

PROGRAMAÇÃO DO XXIV MÊS ESPÍRITA DE MOJI MIRIM-SP.

PALESTRAS DE 11, 18 E 25 DE OUTUBRO DE 2014.

LOCAL: ASSOCIAÇÃO ESPÍRITA JESUS E CARIDADE

EVENTO ABERTO AO PÚBLICO EM GERAL

REALIZAÇÃO: USE -União das Sociedades Espíritas -Municipal de Moji Mirim









terça-feira, 16 de setembro de 2014

HOMENAGEM ESPÍRITA AO DR. JOSÉ CARLOS DE CAMARGO FERRAZ





HOMENAGEM ESPÍRITA AO DR. JOSÉ CARLOS DE CAMARGO FERRAZ

Geziel Andrade

O Movimento Espírita de Mogi Mirim-SP segue o exemplo da homenagem prestada ao promotor público Dr. José Carlos de Camargo Ferraz, pelo prefeito José Natalino Paganini (PSDB), da cidade de Itapira-SP.

A inauguração, no dia 05 de setembro de 2014, às 16 horas, do Centro de Exposições Dr. José Carlos de Camargo Ferraz, contando com a presença de familiares do homenageado, autoridades públicas, servidores municipais, representantes de entidades locais e também da Fundação Espírita Américo Bairral, onde dedicou grande parte de sua vida, foi uma justa homenagem a esse homem que soube conquistar a admiração e o respeito de todos por suas características nobres e boas obras realizadas.

O espaço público inaugurado destina-se à realização de exposições artísticas, de artesanatos e danças e para produtores rurais.   

Durante o evento, o Prefeito Municipal José Natalino Paganini disse que:

“Para Itapira, José Carlos de Camargo Ferraz será sempre promotor. Quando assumiu o Bairral, assumiu o Terceiro Setor e deixou grandes ensinamentos e exemplos para todos nós de dedicação e esforço”.

Ainda em seu pronunciamento, o prefeito Paganini destacou que:

“Depois que se tornou ex-procurador de Justiça no Ministério Público em Itapira, tornou-se voluntariamente membro da diretoria da Fundação Espírita "Américo Bairral", presidindo depois a entidade por vários anos.”

O prefeito de Itapira-SP, em prosseguimento, lembrou ainda que:

“Com sua atuação na Fundação, o homenageado tornou o hospital psiquiátrico Américo Bairral o maior da América Latina e uma referência internacional em psiquiatria.”

“Além disso, colaborou ativamente em diversas entidades beneficentes de Itapira; e foi fundador de instituições como o SOS e o Lar Espírita Allan Kardec.”

“Foi também grande divulgador da doutrina espírita e amigo de Chico Xavier, quem levou ao programa Pinga Fogo, da Rede Cultura, em 1971, o que serviu para difundir amplamente o trabalho do médium e a doutrina espírita no Brasil.”   

Após essas palavras, a enfermeira Thuê Camargo Ferraz de Ornellas, filha do homenageado, tomou a palavra para relembrar fatos marcantes da vida de seu pai, nascido em 15 de julho de 1930 e falecido há dez anos:

“Depois de se tornar bacharel em Direito passou em primeiro lugar no concurso de promotor.”

“Algum tempo depois, começou a trabalhar em Itapira, onde conheceu sua esposa.”

“Na localidade, acolheu para si as 11 pessoas que hoje o chamam de pai”.

“Em nome de toda a minha família, agradeço por essa justa homenagem”.

A Banda Lira Itapirense abrilhantou com a sua presença o emocionante evento.

E logo após o descerramento das placas, as pessoas presentes visitaram e conheceram as amplas e bonitas dependências locais.

HOMENAGEM DO MOVIMENTO ESPÍRITA DE MOGI MIRIM-SP AO DR. JOSÉ CARLOS DE CAMARGO FERRAZ

O Movimento Espírita de Mogi Mirim deve muito da sua expansão e fortalecimento nos anos recentes, graças à atuação, companheirismo, trabalhos e exemplos do Dr. José Carlos de Camargo Ferraz junto a diversas instituições locais, principalmente a Associação Espírita Jesus e Caridade, Mocidade Espírita Alcides Hortêncio, Centro Espírita Fé, Esperança e Caridade.

Com suas magistrais e belíssimas palestras evangélicas, Dr. José Carlos emocionava os ouvintes, estimulando-os à prática das virtudes cristãs.

Com a sua participação fraterna e incessante nas obras assistenciais, beneficiou a muitos, motivando companheiros de doutrina à prática da caridade e solidariedade.

Especificamente no Lar Espírita Maria de Nazaré, colaborou de modo importante, com sua presença marcante e suas ações oportunas, valorizando os trabalhos espirituais e de oração aos necessitados e, mesmo embelezando a instituição com os seus esforços no plantio de coqueiros e de jardinagem.

Dr. José Carlos publicou, em 1987, o livro “A Reencarnação Sem Mistérios”, que até os dias atuais tem grande aceitação entre os livros espíritas, pela abordagem clara e abrangente que fez desse princípio espírita.  

Portanto, o Movimento Espírita de Mogi Mirim vem, nesta oportunidade, se aliar à homenagem que foi prestada ao Dr. José Carlos de Camargo Ferraz, por ter legou realizações e exemplos que engrandeceram a vida de instituições de duas comunidades: Itapira e Mogi Mirim.

PEDIDO DE FOTOS DO SR. JOSÉ CARLOS: Por favor, caso tenha interesse em ver suas fotos do nosso homenagem publicadas neste blog, enviá-las para o e-mail ge.zielandrade@hotmail.com. Obrigado.



quinta-feira, 24 de julho de 2014

HOMENAGEM ESPÍRITA A ISAAC TIBÚRCIO VALERIANO, LEONTINA VALERIANO PATELLI E LINO PATELLI




HOMENAGEM ESPÍRITA A
ISAAC TIBÚRCIO VALERIANO,
LEONTINA VALERIANO PATELLI,
E LINO PATELLI:
PIONEIROS DO ESPIRITISMO EM MOGI MIRIM.

Artigo escrito por Geziel Andrade, com base em informações históricas de Jane Longato Urbine, Risoleta Ladeira Andrade, Eurípedes Patelli e Grupo Patelli na Internet.

1 – A PRÓSPERA CIDADE DE MOGI MIRIM
A prosperidade econômica, política e social de Mogi Mirim, uma das mais importantes cidades do Estado de São Paulo desde 1849, está muito bem documentada no excelente e emocionante livro “Coronel Leitão: 200 anos de História”, de autoria de Jane Longato Urbine, e edição da Editora Setembro, de Holambra -SP, 2012.

Esse notável livro destaca inúmeras personalidades a partir de Antonio Joaquim de Freitas Leitão, o Coronel Leitão, nascido em Mogi Mirim em 13 de junho de 1816, filho de João de Freitas Leitão e Mariana Gomes Leitão, uma modesta família portuguesa.

Coronel Leitão foi um dos maiores acionistas da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, fundada em 1872 e inaugurada em 1875, dando grande impulso ao desenvolvimento físico e econômico de Mogi Mirim, por beneficiar a expansão da lavoura cafeeira existente na cidade e por atrair para a localidade personalidades públicas, empresários, comerciantes e artistas importantes.

 Coronel Leitão faleceu em 12 de abril de 1887, aos 71 anos de idade, deixando um grande legado econômico, político, social, cultural e filosófico.

2 – LUIZ TIBÚRCIO VALERIANO E EUGÊNIA BRASÍLIA VALERIANO

Luiz Tibúrcio Valeriano, nascido em Mogi Mirim em 14 de abril de 1848, e Eugênia Brasília, nascida em Mogi Mirim em 03 de fevereiro de 1858, foram filhos adotivos do Coronel Leitão e de sua esposa Leontina Gomes de Oliveira, pois o casal não teve filhos.

Em 25 de outubro de 1873, Luiz Tibúrcio Valeriano e Eugênia Brasília uniram-se em matrimônio, tendo o casal recebido terras do Coronel Leitão para o início da vida de casados.

O casal teve oito filhos: Júlia, Antonieta, Isaac Tibúrcio Valeriano, Leontina Valeriano, Ismael, Luiz, Horminda e Lucília, os quais receberam de seus pais exemplos de trabalho, bondade, responsabilidade, honestidade e religiosidade.

Luiz Tibúrcio Valeriano faleceu em 18 de setembro de 1915, deixando viúva Eugênica Brasília Valeriano, que faleceu em 18 de junho de 1944.

Quando adultos, os filhos Isaac Tibúrcio Valeriano e Leontina Valeriano tornaram-se importantes pioneiros do Espiritismo em Mogi Mirim, como veremos a seguir.

3 - ISAAC TIBÚRCIO VALERIANO

Isaac Tibúrcio Valeriano foi o terceiro filho do casal Eugênia Brasília e Luiz Tibúrcio Valeriano.

Casou-se com Albertina Marreiros Valeriano, com quem teve nove filhos: Eugênia, Edson, Isaac, Luiz, Darcy, Wilma, Clóvis, Haidê e Cláudio.

VEJA FOTO 1 PUBLICADA ACIMA

Isaac Tibúrcio Valeriano foi dentista, mestre de agricultura do Instituto de Menores e colaborador do Instituto Butantã na captura e envio de cobras para a elaboração de soros e vacinas.  No porão de sua casa na Rua Treze de Maio guardava as cobras que eram capturadas em sua fazenda para serem remetidas ao Instituto Butantã.

Em função da leitura de livros espíritas que circulavam livremente na cidade, Isaac convenceu-se da realidade dos princípios espíritas e tornou-se um importante pioneiro do Espiritismo em Mogi Mirim.

Era uma pessoa muito caridosa e chegou mesmo a doar parte de um terreno de sua propriedade para a construção de uma sede própria para o Centro Espírita Regenerador Caridade, que funcionava na casa de Juca Andrade, na Rua Padre Roque, desde 03 de maio de 1926.

Assim surgiu a Associação Espírita Jesus e Caridade, inaugurada em 26 de julho de 1933, graças também ao dinheiro doado por Dona Vitorina Joaquina Rosa, uma espírita muito rica, e a forte aliança dos pioneiros do Espiritismo na cidade: Rafael Jannini, Juca Andrade, Oscarlino Massucci, Heitor Moura, Leopoldo Ladeira, Jonas de Oliveira Cintra, Isaac Tibúrcio Valeriano, Lino Patelli, Leontina Patelli, Antonio Moi, Joaquim Antonio de Oliveira, Emília Santos, José Gomes Ventoza, Pedro Pimenta, Pedro Coti, José Joaquim de Freitas, Sebastião Alves Pereira, João Carolino Silveira, dentre muitos outros.

Ao lado dessa Associação Espírita foi construído também um Albergue Noturno, que passou a funcionar em 27 de maio de 1934, para abrigar grande número de indigentes que circulava pela cidade, e que sofria com as intempéries climáticas.

Portanto, Isaac Tibúrcio Valeriano teve um papel muito importante na união dos espíritas e estruturação do Espiritismo na cidade de Mogi Mirim.

Foi grande companheiro de sua irmã Leontina e de seu cunhado Lino Patelli na atuação e desenvolvimento do florescente movimento espírita da localidade.

4 – LEONTINA VALERIANO

Leontina foi a quarta filha do casal Luiz Tibúrcio Valeriano e Eugênia Brasília Valeriano.

Casou-se com Lino Patelli, tendo o casal seis filhos: Darcy, Nair, Dayr, Darby, Darmy e Horminda.

VEJA FOTO 2 PUBLICADA ACIMA

4.1 – O DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE DE LEONTINA

Leontina Patelli teve sua formação religiosa na Igreja Católica, pertencendo à Irmandade do Divino Espírito Santo.

Nessa época, começaram as primeiras manifestações de Espíritos através de sua mediunidade que começava a aflorar, precisando receber a ajuda e a orientação de seu irmão Isaac Tibúrcio Valeriano, que já era espírita. Então, começou a entender o fenômeno e a empregar para o bem essa sua faculdade.

Além disso, começou a ler alguns livros espíritas que circulavam de mão em mão na cidade e se tornou espírita, aliando-se ao seu irmão nas atividades espíritas.

A partir de então, passou a ceder grande parte de seu tempo disponível para as atividades da doutrina espírita e para ajudar as pessoas necessitadas de atendimento material, espiritual e moral. 

Também, começou a organizar no Natal a distribuição de cartuchos de balas e doces para as crianças pobres, em comemoração ao nascimento de Jesus. 

Fazia também campanha para arrecadar gêneros alimentícios que eram doados para as famílias pobres. Nessa ocasião, morava numa casa na Rua Marciliano.

Isso absorveu de tal modo o seu tempo, a ponto de precisar recorrer à ajuda de sua irmã Júlia Valeriano para cuidar e educar o seu primeiro filho Darcy, até a data de seu falecimento com 13 anos de idade.

4.2 – SOBRE LEONTINA PATELLI

Leontina Patelli foi descrita da seguinte forma por um dos membros da sua família na internet:

“Mariana, eu tenho certeza de que você adoraria conhecer a esposa do Lino, a Leontina, ou como nós a chamávamos carinhosamente, a "mãezinha".

Ela era um amor de pessoa.

Sua mãe e eu convivemos com ela, pois ela é avó da Silvana e minha bisavó.

Eu amo esta foto e fico até emocionada quando vejo que conheci alguns deles ainda vivos. Beijos a todos os Patellis.”


4.3 – DEPOIMENTO DE EURÍPEDES PATELLI SOBRE A ATUAÇÃO ESPÍRITA DE SUA AVÓ LEONTINA, AO LADO DE SEU MARIDO LINO  

“A mediunidade em minha avó Leontina surgiu nas reuniões da Irmandade do Divino Espírito Santo, mas só ficou sob controle com a grande ajuda que recebeu de seu irmão Isaac, que já conhecia bem o assunto, e a ajudou a desenvolvê-la e a direcioná-la para o trabalho em benefício do próximo, graças à formação religiosa católica que já tinha.”

“Geralmente, manifestava-se através dela um Espírito que era chamado de “Mãe Maria”, que dizia ter sido uma pessoa de origem africana. 

"Minha avó Leontina desenvolveu também uma vidência muito apurada, que a permitia ver com facilidade as coisas do mundo espiritual." 

"Sua mediunidade se prestava também ao fenômeno de transporte de objetos e materiais que eram trazidos pelos Espíritos para o local da sessão espírita.”

“Minha avó Leontina sempre começava a reunião espírita com a leitura de um trecho de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. 

"Depois, aconteciam as manifestações dos Espíritos, através de sua mediunidade. O encerramento dos trabalhos espíritas era sempre feito com a “Prece de Cáritas”.

“O meu avô Lino Patelli era o dirigente e o coordenador dos trabalhos. Ele fazia as explanações e os comentários sobre “O Evangelho”. Mas a minha avó Leontina era o alicerce dos trabalhos, que eram realizados nas segundas e quintas-feiras, das 20 às 22 horas.”

“O meu tio Isaac sempre participava e ajudava também nas reuniões espíritas, até que precisou mudar-se com a família para Santos.”

“A minha avó Leontina era muito dedicada aos trabalhos espirituais. Ela não tinha horário para auxiliar as pessoas que a procuravam em sua casa. Sempre aplicava passes, dava orientações e conselhos e atendia o pedido de quem a procurava.”

“A humildade de minha avó Leontina era extrema. Nunca menosprezou ninguém. Nunca mais vi uma humildade igual à dela. Estava sempre preocupada em atender com muita gentileza os pedidos das pessoas que recorriam a ela buscando ajuda.”

“Os trabalhos espirituais começaram na Rua Marciliano, mas mesmo depois que se mudou para a Rua João Teodoro, continuou realizando-os até o final de sua vida terrena.”  

4.4 – O FALECIMENTO DE LEONTINA

Leontina Patelli faleceu em 10 de fevereiro de 1970, sem ter acumulado bens materiais, porque os distribuia durante os serviços prestados às pessoas necessitadas de ajuda material, espiritual e moral. Ela terminou a sua vida na Terra apenas com a casa em que residia.

4.5 – HOMENAGEM DEVIDA A LEONTINA PATELLI

Eurípedes Patelli, por ter sido criado ao lado de sua avó Leontina e presenciado tantos trabalhos beneméritos e obras de caridade realizados por ela, defende a ideia de que ela merece uma homenagem do poder público municipal na forma de ter o seu nome colocado numa das ruas da cidade em sua homenagem, por ter ajudado muito o povo de Mogi Mirim em sua época.
   
4.6 – A TRANSMISSÃO DO DOM DA MEDIUNIDADE

O dom da mediunidade de Leontina Patelli foi herdado por seu neto Eurípedes Patelli, conforme ela mesma previa dizendo que um dos seus netos iria receber uma “herança”, que seria mais valiosa do que qualquer bem material.

Eurípedes emprega o seu dom para o bem dos semelhantes, seguindo a filosofia espírita que lhe foi ensinada e exemplificada por seus avôs. Assim, sempre trabalha gratuitamente empregando a sua mediunidade em benefício das pessoas necessitadas de ajuda espiritual e moral. Para isso, ao lado de sua residência mantém um centro espírita para ajudar gratuitamente as pessoas que precisam de apoio.

5 – LINO PATELLI    
5.1 - A VINDA DOS PAIS DE LINO PATELLI PARA O BRASIL

Ricardo Patelli, pai de Lino Patelli, nasceu em 1865, em Novi di Modena, Itália.

Um dos membros da família Patelli escreveu na internet o seguinte a respeito da visita que fez a essa pequena cidade italiana:

“Gente! Foi lindo! Fomos juntos para a cidade que nasceu a Patellada. Andamos e olhamos a cidadezinha que é minúscula; as casas, a igreja, pensando sempre que por ali Ricardo e Cezira (que não se conheciam) pisaram, viveram, sonharam...”

Ricardo Patelli veio para o Brasil em 1888, com 23 anos de idade, em companhia de seus pais Giovanni e Carolina Sala e de seu irmão Egídio, então com 13 anos de idade.

Os pais de Ricardo tinham, ambos, 48 anos de idade e trouxeram também como membros da família o casal Guiuseppe (36) e Domênica (25), a qual se supõe era uma filha casada.

Foram morar na Fazenda Boa Esperança, em Amparo - SP – a qual existe até hoje.

 5.2 - O CASAMENTO DE RICARDO PATELLI COM CEZIRA RESTANI

Na Fazenda Boa Esperança, Ricardo Patelli conheceu e se casou com Cezira Restani, que pertencia a uma família que já era sua conhecida desde a Itália.

Cezira nasceu em 1870. Era filha de Cândido Restani e Domênica Zanotti.

Desse casamento, nasceram os filhos Lino, Américo, Sérgio, Hugo, Olegário, Egídio e Lucilda, que geraram grande número de descendentes.

O pai de Lino Patelli, faleceu com 56 anos de idade, em 18 de dezembro de 1921.

Cezira, a mãe de Lino Patelli, faleceu em 1959, com 89 anos de idade.


5.3 - A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DE LINO PATELLI NO INÍCIO DO MOVIMENTO ESPÍRITA DE MOGI MIRIM

Lino Patelli também se tornou espírita lendo livros espíritas, notadamente “O Livro dos Espíritos” e “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, que circulavam entre os moradores da cidade, convertendo muitas pessoas.

 Essa leitura dos livros ocorreu principalmente em função de sua esposa Leontina ter experimentado grande desenvolvimento em sua mediunidade, exigindo conhecimentos do Espiritismo para que fosse empregada em benefício do próximo nas reuniões que começaram a acontecer em sua casa e que atraiam o interesse de muitas pessoas que precisavam de ajuda espiritual. Então, a casa do casal passou a ser muito procurada e frequentada.

 Depoimentos de Risoleta Ladeira Andrade, irmã de Juca Andrade, e também importante pioneira do movimento espírita em Mogi Mirim, feitos aos seus familiares, com extrema lucidez, apesar da sua idade avançada, confirmam que ela mesma se tornou espírita lendo livros espíritas que circulavam entre os moradores da cidade, esclarecendo sobre os princípios do Espiritismo; dissipando dúvidas; mostrando a essência cristã da Doutrina Espírita e a sua aliança com o Cristianismo; e eliminando preconceitos, medos e ideias falsas que eram difundidos por alguns religiosos.

 Depois de convertida ao Espiritismo, Risoleta passou a frequentar as reuniões que eram realizadas no centro espírita que havia sido fundado e funcionava na casa do casal Lino e Leontina Patelli.

 Portanto, com as reuniões espíritas feitas na casa de Lino e Leontina começaram a estruturação e a maior divulgação e expansão do movimento espírita em Mogi Mirim.

Foi principalmente a partir dos trabalhos espíritas realizados na casa de Leontina e Lino Patelli que o Espiritismo passou a conquistar a simpatia e o respeito das pessoas ponderadas e esclarecidas residentes na cidade, experimentando expansão.

Leontina e Lino ofereciam atendimento às pessoas interessadas em conhecer a Doutrina Espírita; praticavam a caridade; e combatiam as suposições, crenças falsas e ideias infundadas que circulavam pela cidade.

 Foi dessa forma que o centro espírita fundado na casa de Lino e Leontina tornou-se um ponto importante de apoio, sustentação e rápida expansão do florescente movimento espírita em Mogi Mirim.

 5.5 – A UNIÃO DOS ESPÍRITAS EM TORNO DA ASSOCIAÇÃO ESPÍRITA JESUS E CARIDADE E MAIOR EXPANSÃO DO ESPIRITISMO EM MOGI MIRIM

Quando, em 1925, Juca Andrade, que daria mais adiante grande impulso ao movimento espírita, voltou espírita e maçom de Monte Santo –MG- para Mogi Mirim, com a sua família, recebeu o apoio de sua irmã Risoleta e do casal Lino e Leontina Patelli. Então, conheceu muitas pessoas espíritas e integrou-se rapidamente no meio espírita local.

Portanto, o lar espírita pioneiro de Lino e Leontina foi um importante ponto de união e aliança dos espíritas da cidade, possibilitando o crescimento do movimento espírita.

 Quando houve o encerramento das atividades espíritas que eram realizadas também de forma pioneira na casa de Dona Emília Santos, o próprio Juca Andrade tomou a iniciativa de fundar um novo centro espírita dentro de sua própria casa, apoiado e seguindo os exemplos do casal Patelli.

 Então, o centro espírita mantido na própria casa de Lino e Leontina serviu de importante estímulo não só para a união dos espíritas, mas também para a formação de novos centros e a expansão do movimento espírita em Mogi Mirim.

 Foi dessa forma que Juca Andrade fundou, em 03 de maio de 1926, o Centro Espírita Regenerador e Caridade, em sua própria residência, apoiado pelo casal Patelli, que inclusive apareceu na foto de inauguração.

Com o surgimento desse novo centro espírita na cidade, e os trabalhos espíritas e de caridade que Juca e sua esposa Carmela realizavam, o movimento espírita experimentou mais rápido desenvolvimento, obtendo a adesão inclusive de muitos amigos de outras localidades.

 Com a transformação do centro espírita que funcionava na casa de Juca Andrade em Associação Espírita Jesus e Caridade, graças à doação do terreno por Isaac Tibúrcio Valeriano (irmão de Leontina Patelli), e do grande valor em dinheiro doado por Dona Vitorina Joaquina Rosa, houve maior engrandecimento do Espiritismo em Mogi Mirim.

As amplas instalações da Associação Espírita Jesus e Caridade serviram de local aberto ao público para a união dos espíritas, estabelecendo relações fraternas entre as famílias espíritas e criando a oportunidade para que as reuniões e as atividades espíritas fossem retiradas de dentro das próprias residências.

Então, o movimento espírita floresceu de maneira surpreendente em Mogi Mirim, sustentado pelas obras de caridade e as reuniões e atividades espíritas realizadas de portas abertas ao público, beneficiando muito moradores da cidade e contradizendo os preconceitos que eram espalhados por alguns na época.

Nos Estatutos da Associação Espírita Jesus e Caridade, aprovados em Assembleia Geral realizada em 12 de março de 1934, consta os seguintes nomes e cargos dos Fundadores e Diretores pioneiros:

Vitorina Joaquina Rosa = Fundadora.
Rafael Jannini = Fundador.
Leopoldo Ladeira = Presidente.
Isaac Tibúrcio Valeriano = Vice-Presidente.
Jonas de Oliveira Cintra = Primeiro Secretário.
Heitor Moura = Segundo Secretário.
Antonio Moi = Tesoureiro.
Joaquim Antonio Oliveira = Procurador.
Lino Patelli = Fiscal.    


5.6 – HOMENAGEM A ISAAC TIBÚRCIO VALERIANO, LEONTINA E LINO PATELLI

Vimos como a partir das atividades espíritas mantidas na casa de Lino e Leontina Patelli decorreram o fortalecimento e a expansão do Espiritismo em Mogi Mirim.

Eles tomaram a decisão de organizar os primeiros trabalhos espíritas em sua própria residência; propagaram e defenderam o Espiritismo, orientando e ajudando muitas pessoas e eliminando preconceitos; exemplificaram o modo de fazer reuniões e sessões espíritas, servindo de modelo para outros espíritas; beneficiaram muitas pessoas com os trabalhos de caridade; estimularam a união dos espíritas da localidade; e apoiaram o surgimento de novos centros espíritas, engrandecendo o movimento espírita florescente.

Além disso, com coragem, sabedoria e bondade enfrentaram polêmicas e controvérsias, pois tinham convicções em suas crenças e fé; defenderam a liberdade religiosa; esclareceram os princípios espíritas que eram mal interpretados, contestados e até mal vistos, principalmente em decorrência dos medos que eram difundidos por alguns religiosos; empregaram a mediunidade para o bem e em favor do próximo; atraíram pessoas esclarecidas para o movimento espírita; e estimularam o crescimento do Espiritismo na cidade.

Portanto, nesta oportunidade, deixamos não só a Isaac Tibúrcio Valeriano a nossa reverência, pelo que foi descrito anteriormente. Também ao casal Lino e Leontina Patelli prestamos esta homenagem e este preito de admiração e respeito pelas suas importantes realizações espíritas já citadas.

A esses três espíritas pioneiros externamos e tornamos público, com este artigo, o nosso espírito de gratidão por tudo o que fizeram em favor das pessoas e do movimento espírita florescente, com seus trabalhos, iniciativas e obras espíritas que beneficiaram a muitos.



quinta-feira, 19 de junho de 2014

PSICOGRAFIAS DOS MÉDIUNS ROGÉRIO HENRIQUE LEITE, MARLI MANSINI E KÁTIA DE SOUZA, EM MOGI MIRIM-SP









PSICOGRAFIAS DOS MÉDIUNS ROGÉRIO HENRIQUE LEITE, MARLI MANSINI E KÁTIA DE SOUZA, EM MOGI MIRIM-SP.

Geziel Andrade

FOTO 1: Início dos trabalhos de psicografia dos médiuns Rogério, Marli e Kátia.
FOTO 2: Os médiuns Rogério, Marli e Kátia psicografando as cartas, mensagens e recados dos Espíritos aos seus familiares.
FOTO 3:     Público presente nos trabalhos de psicografia dos médiuns Rogério, Marli e Kátia.
FOTO 4: A  médium Kátia de Souza lendo e entregando aos destinatários as cartas que psicografou.
FOTO 5: Foto de encerramento dos trabalhos de psicografia: Luiz, Kátia, Sara, Murilo, Amélia, Geziel, Rogério, Sueli, Marli, Cleide, Ismael e Elena.

A Associação Espírita Jesus e Caridade, de Mogi Mirim-SP, recebeu, nos dias 6 e 7 de junho de 2014, a visita dos notáveis médiuns Rogério Henrique Leite e Marli Mansini, de Lorena-SP, (blog oficial: www.cartaconsoladora.blogspot.com) e Kátia de Souza, de São Paulo-SP, acompanhada de seu pai Luiz Carlos e de sua mãe Elena Américo de Souza.

Essa agradável visita fraterna, em atendimento ao convite que lhes havia sido formulado, tornou-se muito instrutiva, com a palestra que o médium Rogério realizou na Associação, na noite do dia 6 de junho, sobre a mediunidade, transmitindo às pessoas presentes seus conhecimentos e suas dificuldades, vivências e experiências pessoais acerca do assunto.

No dia 7 de junho, no período da manhã, cerca de 150 pessoas, inclusive de diversas cidades do Estado, solicitaram, individualmente, aos médiuns, notícias de seus familiares desencarnados. No período da tarde, o movimento espírita da localidade foi agraciado com a sessão pública de psicografia, para a recepção das cartas consoladoras e mensagens dos Espíritos aos seus entes queridos.

Então, houve a esperada afirmação da manutenção das afeições, mesmo com a morte do corpo material, amenizando as saudades, comprovando a imortalidade da alma com todas as suas faculdades e dando informações claras sobre a continuidade da sua vida no mundo espiritual.

Esse trabalho mediúnico consolador, intitulado de “carta consoladora”, teve início com o médium Chico Xavier, que dizia que “o telefone só toca de lá para cá”, e continuidade com os médiuns Carlos A. Baccelli, Celso de Almeida Afonso, Robson Pinheiro, dentre muitos outros.

No final da tarde, as emoções muito fortes dominaram as centenas de pessoas presentes na reunião espírita aberta ao público. Os médiuns passaram a ler as mais de vinte cartas, mensagens e recados recebidos dos Espíritos e os entregar aos seus destinatários queridos, sob as lágrimas de alegria, os aplausos e cumprimentos pela fácil identificação do Espírito e evidente autenticidade do teor da mensagem. Estavam presenciando não só acontecimentos felizes, mas também fatos surpreendentes e muito acima das suas expectativas iniciais.

PUBLICAÇÃO DE TRÊS CARTAS CONSOLADORAS RECEBIDAS PELO MÉDIUM ROGÉRIO H. LEITE

Dentre as mais de duas dezenas de cartas psicografadas pelos três médiuns, publicamos, a seguir, três delas, que obtivemos dos destinatários a necessária autorização para publicação. Elas foram psicografadas pelo médium Rogério H. Leite. As cópias dos originais das demais cartas estão servindo para estudos doutrinários na Instituição, despertando profundas reflexões religiosas, filosóficas e morais sobre a complexa e grandiosa dimensão da vida imortal da alma, no contexto da Obra de Deus.

1 - A CARTA DO ESPÍRITO JUCA DE ANDRADE AOS SEUS NETOS SUELI, AMÉLIA E GEZIEL

Queridos netos Sueli, Amélia e Geziel.

O Senhor esteja conosco!

Aqui estou me servindo dos singelos recursos mediúnicos do amigo que se dispôs a colaborar, para que eu lhes trouxesse uma palavra, um breve recado de saudade e incentivo a vocês e todos os nossos.

Nossos queridos Zeca e Maria José participam conosco desta reunião de preces.

Graças a Jesus, as sementes que nos foram confiadas há décadas abriram-se num roseiral de atividades redentoras.

Nós sabemos que ao longo dos anos nós fomos os verdadeiros beneficiados nesta gleba de amor e caridade, pois o primeiro beneficiado é sempre aquele que atende e socorre em nome do nosso Mestre.

Compreendo que investir no bem não é tarefa fácil, especialmente quando a rotina familiar nos exige a sua justa cota de tempo e atenção, além das circunstâncias adversas que costumeiramente nos cobra uma taxa a mais de testemunho na Seara que, em verdade, pertence ao Cristo.

Vocês e todos os nossos familiares, amigos e voluntários sabiam que não seria fácil, mas com Jesus tudo é possível.

Assim como alguns irmãos são arrebatados pela dor e pelo cansaço ao longo do caminho, outros irmãos surgem, e haverão de surgir, estendendo a sua mão generosa, para que a obra prossiga sem maiores alterações; que sejam as que tragam consigo o dinamismo e a perseverança.

O meu coração inclina-se devedor aos seus esforços, a você Geziel, por perpetuar em algumas linhas a memória deste homem simples que apenas ouviu o chamado de Jesus e saiu a semear sem perda de tempo. Devemos a você o incentivo e a atenção para com todos os nossos.

À nossa Sueli, o discernimento e a temperança necessária para conduzir as tarefas com destemor e galhardia.

À nossa Amelinha e ao Murilo, a parceria ideal que conjuga idealismo e dedicação efetiva. Irmãos que se doam por amor indistintamente, tal qual o roteiro Evangélico.

Quanto ao Lar Maria de Nazaré, continua sendo a manjedoura humilde e acolhedora dos diletos de Jesus, no dizer de nossa Benfeitora Meimei.

O Albergue, atenuando a aflição do viajor cansado, gotejando amparo e esperança.

O Abrigo, abrasando os corações enregelados de muitos irmãos que sentem na própria alma a deserção dos próprios familiares a quem dedicaram a vida de suas vidas.

O CAPS, nestes tempos em que os tóxicos alienam e desequilibram as mentes menos vigilantes, prestará relevantes serviços à comunidade que clama por socorro e arrimo. 

Quanto à Casa Espírita que norteia os nossos ideais, sou de opinião que o incentivo e a preparação de tarefeiros que se dediquem ao trabalho de atendimento fraterno aos irmãos que visitam a Casa pela primeira vez, em busca de uma palavra amiga, serão de bom alvitre, para que, nestes tempos difíceis, as almas cansadas e tristes encontrem nesta Casa um lar que possa acolhê-las.

Peço a vocês que pensem no assunto.

O estudo da Doutrina é imperioso para o processo da reforma íntima dos que almejam a vitória sobre suas próprias mazelas; mas a dedicação no atendimento fraternal aos que visitam nossa Casa representa o amor em movimento, através da solidariedade cristã.

Recordando aqui os tempos em que em minha própria residência, com muita satisfação, dedicava-me, ao lado de nossa Carmela, a esta tarefa que para mim representava uma oportunidade a mais de aprendizado.

Hoje sei que nossa Helen, junto a Jesus, foram minhas fontes de inspiração, Graças a Deus.

Por hoje devo encerrar estas linhas, já que se trata de um breve recado, enquanto outros deverão se dirigir mais intimamente a seus familiares.

Meus netos e familiares, os recursos dos quais me valho no momento não são os mesmos do nosso querido Chico Xavier, que muitos imaginam estar residindo em colônias distantes do sofrimento humano, quando, na verdade, eu sei que está tão próximo do povo sofredor, como antes. Estou me servindo de um amigo novo, que faz o possível para atender os meus anseios.

Sei que, beijando o coração de vocês, o coração de nossa Célia, estarei beijando o coração de todos trabalhadores e assistidos deste lar de bênçãos, bem como o coração de todos nossos familiares.

Rogo a Jesus que abençoe nossa Mogi Mirim, abençoando toda sua comunidade.

Sempre de vocês,
Juca Andrade
José Antonio Andrade Júnior.

NOTAS EXPLICATIVAS:
1 – Juca de Andrade foi um trabalhador espírita muito conhecido em Mogi Mirim e cidades vizinhas, pelas boas obras que realizou.

2 – Zeca e Maria José são os pais, já desencarnados, de Sueli, Amélia e Geziel. Zeca era o apelido de José Andrade, filho de Juca.

3 – Geziel reuniu em um livreto, para divulgação, a vida e obra de Juca de Andrade.

4 – Carmela, esposa de Juca, sempre o acompanhou em suas tarefas doutrinárias, bem como na ajuda fraterna prestada aos que os procuravam, a qualquer hora, mesmo em sua residência na Rua Padre Roque.

5 – Helen, filha já desencarnada de Juca e Carmela, mereceu dos pais dedicação especial e cuidados intensos, pela enfermidade que portava.

6 – O Espírito de Juca dirigiu a seus familiares uma extensa e pormenorizada carta através da mediunidade de Chico Xavier, dando-lhes detalhes abrangentes do seu processo de desencarnação, bem como da continuidade da sua vida no Além. Essa mensagem foi publicada em inúmeros informativos espíritas.

7 – Célia, neta de Juca, estava presente na sessão de psicografia e havia pedido ao médium notícias a respeito de seu avô Juca, seu pai Ayrton e sua sogra.

DEPOIMENTO DE GEZIEL ANDRADE: Reconheço a identidade do Espírito de meu avô Juca nesta mensagem recebida pelo médium Rogério. Ele ocupa a posição de guia da família e diretor espiritual da Associação Espírita Jesus e Caridade, com a autoridade moral que sempre teve para nos orientar e nos dirigir conselhos valiosos. Mas, a autenticidade desta mensagem está muito mais evidente na expressão do mesmo espírito humilde, fraterno e cristão que sempre marcou a vida e as obras de meu avô Juca. A prática da humildade e da caridade cristãs foram características marcantes em Juca Andrade.

2 - A CARTA DO ESPÍRITO VERA ROMERO BAZANA A SEU EX-ESPOSO MURILO

Querido Murilo

Jesus nos abençoe nesta tarde de bênçãos!

Aqui estou na condição de sua irmã para entregar a você e a nossa Amelinha o meu coração agradecido.

Deus nosso Pai colocou você no lugar certo e com a pessoa certa para retomar o livro de sua história.

Se em preces você questionar a Deus, por certo Ele responderá, e que você Murilo somente ouvirá na acústica de sua alma.

Quarenta e três anos de dedicação a uma companheira, a filhos e netos, credenciaram você à tarefa que hoje realiza com Jesus ao lado da companheira que ele colocou em seu caminho para que, ao invés de um homem triste, você resgatasse a esperança de ser feliz novamente.

Ser feliz, fazer feliz sua nova companheira e ambos de mãos dadas, fazerem muitos filhos do coração felizes!

Este é o desejo de Deus e o seu momento meu querido.

Por aqui vou bem, procurando inspirar nossos filhos e netos, e sempre que possível compartilhando com vocês das tarefas de amor que ambos abraçaram.

O amor, quando verdadeiro, tende a universalizar-se; é o que ocorre com o homem que aspira pela sua sublimação.

Agradeço a você Amélia por cuidar do Murilo; desejo que ele a faça feliz, tão feliz quanto você é merecedora, e que este amor que os uni, seja revertido em boas obras na Casa de Deus.

Às vezes, contemplo o olhar dos dois em direção ao irmão sofredor.

Olhar de misericórdia e compaixão; isto também é sinônimo de amor.

Murilo, estou enviando através de você, o meu carinho aos nossos Alexandre, Daniel, Rogério, ao Felipe, ao Marcos Paulo, ao Lucas e muitos que vão aumentando, como é o caso da princesinha Rafaela e outros que estão chegando.

As minhas preces ao meu Pai Antônio; preces da Mãe Floriza, a todos. 

Beijos no coração de amigos e familiares.

O irmão Juca Andrade pede que lhe diga que está cuidando de sua irmã, enquanto você cuida do evento.

Jesus nos abençoará a todos.

Beijando o seu coração digno,
Beijo o coração amoroso de nossa Amélia.
Vera Romero Bazana

DEPOIMENTO DE MURILO INACARATO BAZANA: Murilo e Vera estiveram juntos em 3 anos de namoro/noivado e 40 anos de casados. Desse casamento nasceram 3 filhos: Alexandre, Rogério e Daniel. Destes nasceram 3 netos: Felipe, Lucas e Marcos Paulo, sendo que este último reside em Alfenas-MG.

Quando Vera diz: “contemplo o olhar dos dois em direção do irmão sofredor”, refere-se ao trabalho que Murilo e Amélia realizam como parte da direção da Associação Espírita Jesus e Caridade.

Princesinha Rafaela é a netinha de Amelinha que adotou, desde pequenina, Murilo como avô. (Imagino que seja reflexo de vidas passadas, pois é um amor de primeira grandeza.)

Antonio e Floriza foram os pais biológicos, hoje desencarnados, de Vera. Não foram pais assumidos.

O Espírito Juca, enquanto aconteciam os eventos, cuidava da irmã de Murilo, pois estava internada em UTI, em São Paulo, por ter sofrido um AVC.
  
3 - CARTA DO ESPÍRITO OSMAR A SUA EX-ESPOSA SANTA CAMARGO HERNANDES

Santa

Jesus permite e na condição de quem se esforça para tomar da caneta, aqui estou sob o auxílio de Benfeitores amigos que tudo fazem para que eu possa lhes oferecer algo de mim neste ditado escrito às pressas.

Sei que preciso aliviar o seu coração, o coração de nossas filhas, aliviando o meu próprio coração, consequentemente.

Sei das atribulações que vivemos, levando em conta o início de nossa convivência um tanto tumultuada, em virtude do gênio difícil que aos poucos despontava, transformando o seu Osmar, não naquele companheiro a quem você um dia entregou o seu coração. Mas numa personalidade um tanto egoísta, capaz de infringir a você sofrimentos e humilhações, as quais você ainda não pode esquecer.

Lamento por tudo.

Deveria ter sido o companheiro que você esperava e o pai ideal às nossas filhas.

Reconheçamos, entretanto, que fui um homem comum, atrelado aos meus próprios conceitos de vida, sem dar ouvido às vozes contrárias, ainda que estas vozes me chamassem a atenção para a prudência e a temperança.

Sei que você relutou, ou melhor, protelou o quanto pode a nossa separação.

Penso que procedera assim em virtude das meninas.

Sei que foi impossível prosseguir ao meu lado.

Eu precisava permitir que você vivesse, fosse feliz.

Não guardo mágoa ou ressentimento algum, quanto a isso.

Quanto ao fato de eu ter me entregado de vez à bebida, após a nossa separação, isto iria ocorrer mais cedo ou mais tarde.

Exagerei, fui imprudente e infeliz no trato com a saúde.

Não dê ouvidos aos que disserem que passei a beber a mais em virtude de nossa separação.

Se alguém precisa pedir perdão a você e às meninas sou eu.

Reconheçamos que um intercâmbio desta natureza não é algo simples.

Alguns sensitivos podem ter sentido a minha presença; a presença de alguém que desejava apaziguar a sua própria consciência. Pena que desvirtuara o meu pensamento.

Você não me deve nada.

Perdoa por não ter valorizado o lar, que juntos constituímos.

Que nossa Letícia compreenda hoje as palavras do seu pai, amenizando o seu gênio e o seu coração no trato com você.

Filha, no lugar de sua mãe, você teria feito o mesmo.

Quantos homens têm sobre a Terra tanto para acertar e não se empenham neste sentido, achando-se donos da verdade.

Recebam Letícia e Lisandra o carinho deste Pai que, do outro lado da vida, está se reabilitando.

Santa, desejo que o ditado pobre que pude lhe entregar devolva a paz ao seu coração.

Se rezar, não me esqueça em suas preces.

Aceita o que de melhor posso lhes oferecer no momento: o desejo de ser melhor no porvir.
Osmar Hernandez
Osmar Hernandez