terça-feira, 26 de maio de 2015

HOMENAGEM ESPÍRITA AO CASAL ALCIDES E MELÂNIA HORTÊNCIO

HOMENAGEM ESPÍRITA AO CASAL ALCIDES HORTÊNCIO E MELÂNIA DE AZEVEDO LEITE HORTÊNCIO

Artigo escrito por Geziel Andrade, Leontina Laurentino (Tyleia) e Lêda Therezinha Dorin.


FOTO 1 = Melânia ao piano e Alcides Hortêncio.



FOTO 2 = Alcides Hortêncio em pé à direita  no almoço do Natal dos Detentos.


FOTO 3 = Alcides Hortêncio, Emanoel Andrade, Dionísia, Nelson Mangili, pessoa não identificada, Malvezi, pessoa não identificada, pessoa não identificada, Nair Gonçalves, Sílvia A. Chiavegato Andrade, Eide Guidotti da Silva, Maria Joana e menino Ricardo, em setembro de 1983.





FOTO 4 = Zeca Andrade, Ivani Nunes Haffman, Alcides Hortêncio e Emanoel Andrade, em setembro de 1983.



FOTO 5 = Nelson Mangili, Delegado Dr. Ciro Vidal, Juca de Andrade, Alcides Hortêncio, Mário Adolfo e Otaviano Filomeno, no Natal dos Detentos da Cadeia Pública, em 21 de dezembro de 1975.



FOTO 6 = Dedicatórias com assinatura de Alcides Hortêncio.



FOTO 7 = Alcides Hortêncio à direita, ao lado de Carmela Andrade, junto com a diretoria do Centro Espírita Jesus e Caridade, no Natal de 25 de dezembro de 1946.


FOTO 8 = Alcides Hortêncio, Melânia Hortêncio, Delegado Dr. Ciro Vidal, papai Noel e Juca de Andrade, no Natal dos Detentos de 21 de dezembro de 1975. 


As realizações espíritas do casal Alcides e Melânia Hortêncio estiveram muito ligadas às atividades e expansão da Mocidade Espírita de Mogi Mirim, fundada em 15 de novembro de 1947.

Alcides Hortêncio nasceu em 01 de outubro de 1907, na cidade de Campinas-SP. Foi filho de Onório Hortêncio e Benedita Bueno Hortêncio.

Melânia de Azevedo Leite Hortêncio nasceu Casa Branca –SP, em 05 de maio de 1913. Suas habilidades musicais começaram a ser desenvolvidas pelo seu pai, o maestro João Luiz de Azevedo Leite. Por sinal, todos os seus filhos foram músicos.

A Mocidade Espírita de Mogi Mirim surgiu da necessidade que alguns idealistas espíritas da localidade sentiram de proporcionar aos moços, jovens e crianças um local para reunião, aprendizado e prática da Doutrina Espírita, nos seus três aspectos: científico, filosófico e religioso.

Entre esses idealistas atuavam José Campos Guedes, José Antonio Andrade Júnior (Juca de Andrade), Carmela Andrade, Risoleta Ladeira Andrade, José Franco de Oliveira, Joaquim Macedo, Dulfe de Andrade, Benedito Luiz Marcelo, Benedito Aparecido Tavares, Antonio Motta Júnior, José Andrade (Zeca), Maria José Ladeira Andrade, Joaquim Macedo, Oscarlino Massuci, Yolanda Massuci, Ayrton Andrade, Edson Andrade, dentre outros.

As atividades da Mocidade Espírita se iniciaram e se desenvolveram nos porões da casa do casal Yolanda e Oscarlino Massucci, que foram importantes pioneiros do Espiritismo em Mogi Mirim.

Desde então, houve um rápido crescimento do número de frequentadores e de atividades espíritas, exigindo providências no sentido de melhorar as instalações.

A expansão da programação espírita para os assíduos jovens fez com que o casal Alcides e Melânia, (que não tinha e nem teve filho), perceber a necessidade de adquirir uma sede própria para instalar a Mocidade Espírita em melhores condições de acolhida e funcionamento.

Com isso, na década de 1950, o casal comprou, registrou e doou uma casa existente ao lado de sua residência, na Rua 13 de Maio, 89.

Até hoje, esse imóvel abriga a Instituição em boas condições de funcionamento, propiciando a formação, educação, cultura e prática espírita para muitas crianças e muitos jovens, que se ligaram permanentemente à Mocidade Espírita.

Por residir no imóvel ao lado, o casal Alcides e Melânia acompanhava o tempo todo o funcionamento e as necessidades de expansão da Entidade. 

Pela facilidade de acesso ao local, dava plena dedicação ao engrandecimento da Mocidade Espírita, considerando as crianças, os jovens e moços que frequentavam a Instituição como se fossem filhos do casal.

Com a experiência, didática e métodos de ensino de professora da rede pública, Melânia desenvolveu inúmeras atividades culturais, teatro, jograis e declamações para o ensino e prática da Doutrina Espírita. 

Com isso, as crianças e os jovens tinham um aprendizado dos princípios espíritas em condições instrutivas, agradáveis e divertidas.

Por outro lado, Alcides cuidava das explanações do Evangelho. Seu trabalho de evangelização dos jovens garantia a formação do caráter deles dentro dos princípios religiosos e morais de Jesus.

Com o decorrer do tempo, a Mocidade Espírita passou também a realizar trabalhos espíritas de atendimento fraterno ao público em geral, passes, vibrações espirituais e reuniões mediúnicas. Para dar suporte a isso, foi fundado no mesmo prédio o Centro Espírita Apóstolo Paulo.

Graças aos notáveis dotes musicais, facilidade para o canto e domínio do piano, Melânia, como professora de música e compositora, organizou um maravilhoso coral para abrilhantar as reuniões, aulas de evangelização, conferências, confraternizações e concentrações espíritas. Nesse coral, Alcides tinha uma participação destacada com sua potente voz de barítono.

Com o sucesso, surgiram então inúmeros convites para o coral realizar a parte artística em palestras e eventos na localidade e nas cidades da região.

Até hoje, o coral da Mocidade Espírita cumpre a sua tarefa brilhante, encantando o público com suas lindas apresentações musicais. Isso pode ser constatado em:


Adicionalmente, na Mocidade Espírita foi formada uma biblioteca para o empréstimo de livros espíritas para o público em geral. 

Inclusive os presidiários da cadeia local foram bastante beneficiados, pois encontraram conhecimentos novos, estímulos à prática do bem, consolação e esperança. 

As orientações religiosas, morais e filosóficas do Espiritismo, contidas nos livros, despertaram consciências para a verdadeira finalidade da vida, as consequências da falta de virtudes e as formas de amenizar sofrimentos e aflições, além do fortalecimento da fé e da esperança. 

Essa biblioteca presta até hoje serviços à comunidade, com seu enorme acervo para empréstimos.

Na Mocidade Espírita foi implantado ainda pelo casal Alcides e Melânia um Curso Promocional das Gestantes, visando à confecção de enxovais para bebês. Isso qualificou muitas mulheres com o aprendizado da arte da costura.

Esse trabalho de assistência social junto às gestantes carentes era complementado com o ensino e palestras por parte de professores, profissionais, assistentes sociais e com o fornecimento dos materiais necessários à confecção das roupinhas infantis.

Paralelamente a isso, a Mocidade Espírita desenvolvia um importante trabalho fraterno, solidário e assistencial. Os corações dos dirigentes e frequentadores estavam voltados para a prática da caridade e a busca do bem-estar do próximo, abrangendo:

·       Visitas aos detentos da cadeia pública municipal. Levava-se a eles livros, mensagens, palavras de orientação religiosa, espiritual e moral, além de lanches. O objetivo era a busca da recuperação moral dos irmãos infratores. Essa visita na cadeia foi realizada até a metade dos anos de 1980, época em que a convivência com os detentos, no pátio da extinta cadeia pública de Mogi Mirim, não representava qualquer perigo ou ameaça à segurança dos visitantes.

·       Auxílio às famílias necessitadas de alimentos e recursos materiais. Buscava-se a melhoria na qualidade de vida de muitas pessoas carentes que moravam da localidade.

·       Realização de bazares beneficentes e pechinchões. Os recursos que eram levantados financiavam os diversos programas de assistência social da Entidade.

·       Promoção do natal para as famílias pobres. Às crianças eram oferecidos brinquedos e produtos infantis para a alegria delas e a comemoração do nascimento de Jesus.

·       Organização do Natal dos detentos. Para isto, a Mocidade Espírita contava com uma boa infra-estrutura e tinha o apoio de outras Entidades e Casas Espíritas da localidade. Esse programa durou por décadas, graças ao apoio de Juízes, promotores, delegados, carcereiros e funcionários públicos. Todos faziam questão de participar da festa. O almoço de Natal era servido de modo a fortalecer a dignidade e o caráter dos detentos. Na ocasião, desfrutavam da proximidade de seus familiares. Durante o almoço, os detentos ficavam juntos com seus entes queridos, em mesas independentes, curtindo a aproximação. As crianças de cada família recebiam presentes, embrulhados com carinho por membros da Mocidade Espírita. Cada contemplado, ao ouvir o seu nome ser pronunciado, arregalava os olhos de curiosidade, surpresa e alegria. Havia a quebra da cena de triste separação dentro  da própria família. Além do clima de muita descontração e alegria, havia a fartura de alimentos e o desfrute de momentos inesquecíveis de relacionamento e fraternidade.          


Preocupada em estreitar e fortalecer as relações com entidades espíritas, Melânia organizou ainda uma visita fraterna semanal aos internados no Lar Espírita Maria de Nazaré e no Abrigo para Idosos Juca de Andrade. 

Com isso, passou a levar a eles a presença amiga, bem como oferecer recursos fluídicos espirituais que amenizavam suas limitações físicas ou mentais. Esse trabalho é ainda realizado até os dias atuais por membros da Mocidade Espírita, às segundas-feiras, no período da tarde, com resultados gratificantes.

Ao longo dessa existência profícua, a Mocidade Espírita passou por diversas reformas, pinturas e obras de conservação. Ganhou no espaço ocioso existente no fundo do terreno, a construção de um amplo salão nobre, utilizado para projeções cinematográficas, reuniões e conferências espíritas. 

Em 2007, o espaço físico da Mocidade Espírita foi ainda mais ampliado com a aquisição de um terreno ao lado de sua sede própria, abrindo o caminho para uma futura ampliação.

Além de sua grande dedicação à Mocidade Espírita, com seu dinamismo, Alcides Hortêncio teve importante atuação na:

·       Fundação da USE – União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, para o fortalecimento e engrandecimento do movimento espírita. 

·       Maçonaria, com sua iniciação, em 13 de dezembro de 1957, na Loja “Deus, Justiça e Caridade, no Oriente de Itapira-SP. Em 23 de março de 1963, filiou-se à Loja Maçonica “Conselheiro Ramalho, de Mogi Mirim-SP, na qual subiu na hierarquia pela conquista de méritos e respeitabilidade.

HOMENAGEM A ALCIDES E MELÂNIA HORTÊNCIO

Nesta oportunidade, pela história de vida e legado deixado, prestamos esta justa homenagem ao casal Alcides e Melânia Hortêncio.

A Mocidade Espírita, bem como o movimento espírita de Mogi Mirim, experimentaram sensível engrandecimento com as atitudes, ações e obras de Alcides e Melânia, até a data do falecimento, respectivamente, em 09 de novembro de 1985 e 28 de maio de 1991.

A presença atuante, ininterrupta e zelosa desse casal à frente da Mocidade Espírita e do movimento espírita da localidade beneficiou a vida de muitas pessoas, deixando lembranças e realizações que até hoje marcam as práticas espíritas e filantrópicas.

Em fevereiro de 1997, a Mocidade Espírita teve o seu nome alterado para Mocidade Espírita de Mogi Mirim Alcides Hortêncio, ocorrendo ao mesmo tempo a sua unificação ao Centro Espírita Apóstolo Paulo, fundado também em 1947.

Alcides e Melânia conquistaram a admiração e o respeito dos Mogianos, pelos exemplos deixados de prática do bem e pelo espírito nobre e elevado que sempre exteriorizaram.

Suas realizações revelaram o amor que tinham pelo próximo e até hoje as suas ações no campo do trabalho e do bem geram bons frutos.

O espírito fraterno e marcante desse casal ficou muito bem expresso nas seguintes letras das músicas que adoravam:

PAZ E ALEGRIA

Letra de Alcides Hortêncio
Música do professor João Luiz de Azevedo Leite (Pai de Melânia)

I
“Paz e Alegria” é o hino que nos vem d’alma vibrante.
Lema da nossa conduta no trabalho edificante.
Jesus é a Luz do Mundo: Ergamos nossa consciência,
Para o “amai-vos uns aos outros” de que o Evangelho é a essência.

CÔRO:
Despertai, ó vós que dormis,
Na matéria perecível.
Caminhai no reino da luz,
Da ventura inesquecível.
BIS

II
Trabalhemos em harmonia para o bem da humanidade,
Aprimorando o espírito e praticando a caridade.
Resgatemos nossas faltas do passado tenebroso.
Subamos aos mundos felizes de paz, alegria e gozo.

III
Deus é a Verdade Eterna, Amor, Bondade e Luz.
Chegai ao aprisco, ovelhas conduzidas por Jesus.
Ouvi o clarim da alvorada que o sol já anuncia.
No seio da Juventude há sempre Paz e Alegria!


HINO À MOCIDADE ESPÍRITA

Letra e música de Melânia de Azevedo Leite Hortêncio

I
Idealistas se reuniram membro a membro.
E sob a luz que o Alto sempre reflete,
No festejado dia quinze de novembro,
De um mil, novecentos e quarenta e sete,
Com o sentimento da fraternidade,
Qual flor que nasce em um nobre jardim,
Surgiu a radiosa Mocidade,
Que é a Espírita de Mogi Mirim.

II
“Paz e Alegria” é o seu lema.
E para divinal beleza,
Do Evangelho tira o tema
De doutrinária pureza.
Glória, entusiástica Mocidade.
Que em sua trajetória de luz,
A Kardec conserva Lealdade,
E recebe as bênçãos de Jesus.
Que o seu dever seja cumprido até o fim.

Salve, MOCIDADE ESPÍRITA DE MOGI MIRIM.

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